O Que Impulsiona o Setor de Health Care?

2020 foi, sem dúvidas, um ano ímpar para o setor global de saúde. Em destaque estão fatores como o crescimento e envelhecimento da população, aumento da prevalência de doenças crônicas, investimentos em infraestrutura para suprir a demanda ocasionada pelo vírus Covid-19, avanços tecnológicos aliados a modelos de atendimento mais assertivos, além da expansão de sistemas de saúde em mercados em desenvolvimento como o Brasil.

Pressões sobre o processo tradicional de solução de problemas de saúde, criam a necessidade de uma proposta mais proativa, preditiva e focada no bem-estar. Segundo a Deloitte, em um estudo publicado já esse ano, novas propostas estão chegando de várias direções, incluindo uma mudança em atitudes e comportamentos em relação ao consumidor, maior engajamento e capacitação. Não mais participantes passivos no processo de cuidados de saúde, os consumidores exigem transparência, conveniência e acesso, além de produtos e serviços personalizados.

Novos modelos de negócios relacionados a saúde, já praticados em outros países, chegam ao Brasil e tiveram o Covid-19 como catalisador do reconhecimento da sua importância e utilização. Home Care, Day Hospital e Hospitais de transição são exemplos dessa inovação que vem ampliando o setor de saúde com o intuito de auxiliar a demanda e moderar os custos desses serviços, com maior segurança e qualidade, por meio de profissionais especializados e maior tecnologia.

Um estudo da FIPE — Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, encomendado pelo NEAD — Núcleo Nacional das Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar, confirma o crescimento substancial do setor de serviço de saúde domiciliar na última década. Segundo o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), o número de empresas de serviços de atenção domiciliar isolado (home care) no Brasil saltou de 18, em julho de 2012, para 676 em julho de 2018. Isso representa um crescimento de 3656% do setor, para o período de 6 anos.

No entanto, mesmo com o constante crescimento, há diversas áreas a serem exploradas no Brasil. Entre as razões do seu crescimento considerável do segmento, pela percepção do paciente está a humanização do tratamento, melhor assistência ao paciente de forma individualizada, maior conforto e tranquilidade do paciente por estar em sua própria residência, além do maior acesso e envolvimento da família no tratamento. Além disso, o aumento dos serviços de saúde domiciliar permite que os hospitais tradicionais disponibilizem mais leitos para casos emergenciais e diminuição das filas de atendimento.

Esse adendo foi crucial para a sustentabilidade do sistema de saúde. Segundo a FIPE, no caso da extinção do setor, seriam necessários mais de 16 mil leitos adicionais ao ano para que a rede hospitalar absorvesse a demanda de pacientes principalmente, considerando que a maior parte do país não atende os padrões mínimos de recursos físicos (leitos por habitantes) e humanos (enfermeiros e médicos por habitantes) exigidos pela Organização Mundial de Saúde: respectivamente, 3 a 5 leitos para cada 1.000 habitantes e 1 médico e 2 enfermeiros por 1.000 habitantes.

Já faz parte da nossa realidade a sinergia entre hospitais de transição e home cares, onde há a prestação de serviços multiprofissionais enquanto oferecem opções de atendimento domiciliar ou em suas unidades de transição disponível a todo momento, um sistema de atendimento para emergências bem dimensionado, sistemas de informação em tempo real, prontuários de saúde do doente, fornecimento de medicamentos, materiais e equipamentos médico-hospitalares, fornecimento de gases medicinais, gestão eficiente de pessoas e de processos, busca contínua da qualidade, atendimento eficaz e humano, treinamento e educação continuada aos seus profissionais.

Visando sempre oferecer os melhores investimentos, em agosto a BRAAIM lançou a oferta de investimento da Hogar. A empresa Hogar Cuidados Permanentes é uma empresa de serviços de saúde e opera, atualmente, com mais de 170 pacientes em atendimento domiciliar (home care) e obteve faturamento superior a R$ 8,5 milhões nos últimos doze meses, tendo como área de atuação o Estado do Rio de Janeiro. Por meio de equity crowdfunding, a Hogar pretende captar R$ 5 milhões com rentabilidade projetada de 1,63% a.m., pela plataforma da BRAAIM, para apoiar o seu crescimento e a expansão das suas operações.

O ano de 2020, marca a inauguração do primeiro hospital da Hogar em direção a uma futura rede de pequenos hospitais de baixa complexidade e longa permanência que trará grande sinergia com o negócio do home care. Com os dois negócios funcionando em conjunto, a Hogar poderá ofertar às operadores de saúde, especialmente, ao sistema Unimed que é o principal cliente da empresa, o gerenciamento integral do paciente crônico, seja em atendimento domiciliar ou em unidade hospitalar, se posicionando como parceiro estratégico ao ofertar um modelo de ganhos compartilhados que já se provou eficiente e demandado pelo mercado.

Finalmente, o setor de saúde é um dos mais promissores do Brasil e os motivos para o seu sucesso são diversos. Além das relevantes vantagens para todos os envolvidos, ou seja, pacientes, instituições de saúde e operadoras.